COBERTO DE FARRAPO

Espaço para juntar retalhos e vestir personagens de alguns contos.

No aeroporto, eles se despediram fogosamente sob os olhares críticos dos passageiros que aguardavam a chamada para o embarque. Emílio, um pouco constrangido pelos beijos de Ana, pede que a jovem se acalme.

─ Aninha, tá todo mundo olhando...
─ Ai, to nem aí...Vou morrer de saudade de ti!
─ Eu também... – devolve Emílio.

Aninha embarca sorridente. Apesar da saudade, sabia que o período que ficaria fora para trabalhar passaria rápido. E já que Emílio disse que também ficaria com saudade, achou que quando, no retorno, finalmente ele a pediria em namoro.

Os segundos demoravam mais a passar quando a data da volta se aproximava. A jovem mal esperava a surpresa que a aguardava. Sentada na sala de embarque, planejava tudo que faria na sua chegada. Queria sair com Emílio e matar o fogo reprimido durante sua viagem. Ela queria chegar, beijá-lo loucamente, tirar toda a sua roupa. Mesmo que tivesse que arrastá-lo para o sanitário feminino e matar todas as solteiras de inveja.

Na chegada, Aninha foi recepcionada pelos pais. Não conseguira segurar o choro, afinal era a primeira que vez que passava mais de um mês fora de casa durante seus 21 anos. Aproveitou o dia para matar a saudade da família, mas não deixava de olhar para seu celular de 15 em 15 minutos.

Á noite, seu telefone começa a vibrar desesperadamente. Para fazer um charme, Ana deixa tocar uma, duas, quatro vezes.

─ Alô! – diz ela.
─ Aninha, tudo bem? – pergunta Emílio.
─ Tudo. E aí, vamos fazer alguma coisa?

Ana sempre foi do tipo que ia à luta. Não esperava homem nenhum. Apesar das amigas dizerem que esse era seu maior defeito, a jovem aproveitava as oportunidades. Se ela gostava de alguém, não ficava muito tempo nos jogos de sedução. Achava que era perda de tempo.

Combinaram de se encontrar no lugar de sempre. Conversa vai, conversa vem; um chopp aqui e outro acolá, decidiram ir para um lugar mais íntimo. Abriram a porta do quarto do motel e Ana começou a beijar Emílio. Emílio lentamente abria a blusa de Ana. Há muito tempo, ela não se sentia tão bem. O rapaz a tratava com todo o carinho, como se ela fosse a mulher de sua vida. Ana se sentia a mulher mais feliz do mundo. Nada poderia ser mais perfeito que aquele momento.

Semanas depois, a jovem ainda se lembrava com carinho do dia de sua chegada. Perguntava-se diariamente porque Emílio não ligara depois daquela noite. Acreditava que ele deveria trabalhar muito e mal tivesse tempo para dormir. Consolava-se com a idéia de que em breve ele reaparecia com um buquê de flores na mão e pedindo-a em namoro.

Cada hora do seu dia era interminável, a paixão por Emílio não a deixava mais raciocinar. Tentava descobrir o que tinha acontecido. Até que um dia ficou sabendo por amigos em comum que o único homem a quem tinha conseguido se entregar de corpo e alma estava namorando. Após a notícia, Ana sentou ao lado de sua cama e chorou. Chorou de raiva. Chorou de amor. Chorou com medo de seu carinho por ele não virasse ódio. Chorou porque deveria esquecê-lo, mas não o queria fazer.

16 farrapos:

Que história louca! Vc escreve muito bem!

Muito legal o texto, como o cara acima disse, você escreve muito bem! Não deixe de escrever, seus contos são ótimos!

Que história triste. Snif snif.. rs
Depois eu que sou a Malvada.
Ficou muito boa viu.

.
Vivica, eu criei uma comunidade para o meu blog, participa lá.. me dá um apoio. risos

http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=91645909

Quando comecei lendo pensei que quem ir partir era o Emílio, ahsahsashashas... Adorei a história, bem triste, por isso que é legal, aquelas histórinhas com finais felizes são tão chatas, gostei da sua e do modo que escreve, não é cansativo :) Só queria te dar uma sugestão, hehehe, deveria trocar o título, não sei, após ler o título fui lendo a história já aguardando um pé na bunda de Ana, hehehee...
Abraço!

Que triste isso! E eu aqui pensando que a Ana é que fosse se dar bem e o Emilio se ferrar! Adorei a forma como você escreve, me prendeu legal :D
ÓTIMO POST

Boa idéia a sua,,,
Tbm sou um escritor iniciante,, jah tenho quase um livros pronto,, mas tbm seu estilo eh bom,, se um dia juntar os farrapinhos pode dar uma bela colcha!=D

www.supervarietyblog.blogspot.com

Isso que dá deixar alguém para trás !

Nossa que história triste... mas muito bem redigida... a mulher devia ter dado uuns tiros no cara.. haha

Grande abraço

Mto bom... Você escreve muito bem!
É triste mas é muito bom !

que historia me conta mais

http://cronicasdigital.blogspot.com/2009/07/os-deuses-nao-morrem-apenas-desaparecem.html

Muito bom o seu blog!

Ficarei muito feliz se você visitar o meu:

http://antoniopimenta.blogspot.com/

Abraços e sucesso

:D

Acontece...
Quando não existe recipocidade.
É uma merda. Mas a historia é interessante!
Abraço!

as relações humanas são assim... imprevisíveis... parabéns pelo texto.

é história q vai virar algum tipo de seriado ?
curta?..

hehe ótimo texto.
trabalha como redatora?

te convido a passar no...

www.bocadekabide.blogspot.com

Maravilhoso e muito intenso

Carregado de sentimento

Parabens!

Excelente Conto, você tem o dom da escrita, continue com esse bom trabalho.
Beijos!

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