COBERTO DE FARRAPO

Espaço para juntar retalhos e vestir personagens de alguns contos.

Primeiro veio a alegria.

O dia amanhecia ensolarado.

No céu, nenhuma nuvem.

A cada hora, os raios do sol aqueciam ainda mais.

As pessoas saiam às ruas exalando saúde.

As crianças corriam de um lado para o outro sem perder o fôlego.

Mesmo assim, alguns teimavam a desconfiar de que algo estava errado.

O calor aumentou.

Subiu um.

Dois.

Cinco.

Dez graus.

A sensação passou a ser de sufocação.

O tempo abafado causou mal-estar.

Três.

Quatro.

Seis.

Onze corpos caídos ao chão.

O clima ficara insuportável.

Onze corpos com as forças perdidas.

O tempo fechou.

O brilho do sol deu lugar às nuvens escuras e carregadas.

Veio a tormenta.

Destruição.

Caos.

Desconfiança.

Como toda aquela alegria poderia desaparecer assim?

A chuva e a ventania pareciam não querer se afastar.

Alguém gritou: Yo no creo em las brujas, pero que las hay, las hay!

Um dos onze corpos caídos conseguia se manter em pé.

Aos poucos foi transmitindo sua energia aos demais.

Encarou todas las brujas de frente.

Os seguidores do mais forte também se levantaram e viram as nuvens indo embora. Encheram-se de esperança.

O cinza passou a dar lugar a tons amarelados e avermelhados.

Os onze corpos se sentiam fortes novamente.

Nada poderia interromper os seus objetivos novamente.

Não de forma tão brusca como havia acabado de ser.

O sol voltava a tocar as águas serenamente.

A alegria retornava como no princípio.

E Deus se fazia presente naquela avenida na beira do rio.


Porto Alegre, 28 de junho de 2009*.


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* Clique aqui para rever o que aconteceu neste dia.



15 farrapos:

O pedaço mais triste foi essa , acho:
!"
Onze corpos caídos ao chão.

O clima ficara insuportável.

Onze corpos com as forças perdidas.

O tempo fechou.

O brilho do sol deu lugar às nuvens escuras e carregadas.

Veio a tormenta.

Destruição.

Caos.

Desconfiança. "

Uma situação inusitada já que estava tudo bem e de repente a temperatura começa a se esquentar insuportavelmente até desmaiar ou até mesmo matar 11 pessoas!

Literatura em nosso tempo de efeito estufa!

ual

meio inacreditavel :~

que dia em D:
.-.

Querida amiga avassaladora...
Interessante, me fez lembrar algo entre Mario Quintana e lá longe João Ubaldo... um no frio e outro no calor.
Sucesso pra ti.

Sabe o que esse texto me lembrou? Coisas do coração.
Aquele dia em que tudo está bem, de repente algo acontece e ele bate acelerado, desregulando o corpo todo, causando um caos total, onde age-se de forma errada, onde até provoca mágoas nas pessoas, motivados por fortes e incontroláveis emoções.
De repente, tudo volta ao normal e faz com que nos sintamos fortes e plenos novamente.

ótimo texto mesmo, parabens! :]

poxa... é vc que escreve?
surpreendente!
bjos

Belo texto
ps: Saudades de Porto Alegre

Visite-me se puder
http//theocho888.blogspot.com

O abotinado marrom foi o que mais gostei, tirando a meia tbm...rs...talvez com uma meia calça opaca ne, mas com aquelas meias nunca!!! rsss
Parabéns, vc escreve muuito bem!
bjos

Adorei!

Muito interessante, bem escrito, criativo e atual o seu conto, meus parabéns.
Beijos!

consegui me prender a storia, como tudo começou...mas era futebol..muito bom...e esse bolanos no meu santos não fez nada....

genial. você descreve os fatos de um jeito interessante, sem modificar nada. o resto fica por imaginação do leitor.

gostei bastante do seu blog.
vamos fazer troca de links?
espero sua resposta
http://apalavradeordem.blogspot.com

Gosto das frases curtas, nominais. Trazem um ritmo interessante ao texto. Abraços e sucesso com o blog!

Muito bom o teu texto!
Adorei.
Achei bem interessante!

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